29.9.07

Ser Zen

Ser Zen
M. Coen Sensei - Sempre Zen - PubliFolha

Ser Zen não é ficar numa boa o tempo todo, de papo para o ar, achando tudo lindo sem fazer nada.
Ser zen é ser ativo. É estar forte e decidido. É caminhar com leveza, mas com certeza. É auxiliar a quem precisa, no que precisa e não no que se idealiza.
Ser zen é ser simples. Da simplicidade dos santos e dos sábios. Que não precisam de nada. Nada mais que o necessário. Para o encontro, a comida, a cama, a diversão, o trabalho.
Ser zen é fluir com o fluido da vida. Sem drama, sem complicação. Na hora de comer come comendo, sem ver televisão, sem falar desnecessário. Sente o sabor do alimento, a textura, o condimento. Sente a ternura (ou não) da mão que plantou e colheu, da terra que recebeu e alimentou, do sol que deu energia, dá água que molhou, de todos os elementos que tornam possível um pequeno prato de comida à nossa frente. Sente gratidão, não desperdiça.
Come com alegria. Para satisfazer a fome de todos os famintos. Bebe para satisfazer a sede de todos os sedentos. Agradecendo e se lembrando de onde vem e para onde vai.
A chuva, o sol, o vento.
O guarda, o policial, o bandido, o açougueiro, o juiz, a feiticeira, o padre, a arrumadeira, o bancário e o banqueiro, o servente e o garçom, a médica e o doutor, o enfermeiro e o doente, a doença e a saúde, a vida e a morte, a imensidão e o nada, o vazio e o cheio, o tudo e cada parte.
Ser zen é ser livre e saber os seus limites.
Ser zen é servir, é cuidar, é respeitar, compartilhar.
Ser zen é hospitalidade, é ternura, é acolhida.
Ser zen é o kyosaku, bastão de madeira sábia, que acorda sem ferir, que lembra deste momento, dos pés no chão como indígena, sentindo a Terra-Mãe sustentando nossos sonhos, nossas fantasias, nossas dores, nossas alegrias.
Ser zen é morrer.
Morrer para a dualidade, para o falso, a mentira, a iniqüidade.
Ser zen é renascer a cada instante. Na flor, na semente, na barata, no bicho do livro na estante.
Ser zen é jamais esquecer de um gesto, de um olhar, de um carinho trocado no presente-futuro- passado.
Ser zen é não carregar rancores, ódios, cismas nem terror.
Ser zen é trocar pneu, as mãos sujas de graxa.
Ser zen é ser pedreiro, fazendo e refazendo casas.
Ser zen é ser simplesmente quem somos e nada mais. É ser a respiração que respira em cada ação. é fazer meditação, sentar-se para uma parede, olhar para si mesmo. Encontrar suas várias faces, seus sorrisos, suas dores. É entregar-se ao desconhecido aspecto do vazio. Não ter medo do medo. Não se fazer ou , se o fizer, assim o perceber e voltar.
Ser zen é voltar para o não-saber, pois não sabemos quase nada. Não sabemos o começo, nem o meio, muito menos o fim. E tudo tem começo, meio e fim.
Ser zen é estar envolvido nos problemas da cidade, da rua, da comunidade. É oferecer soluções, ter criatividade, sorrir dos erros, se desculpar e sempre procurar melhorar.
Ser zen é estar presente. Aqui, neste mesmo lugar. Respirando simplesmente, observando os pensamentos, memórias, aborrecimentos, alegrias e esperanças.
Quando? Agora, neste instante. É estar bem aqui onde quando se fala já se foi. Tempo girando, correndo, passando, e nós passando com ele. Sem separação.
Ser zen é Ser Tempo.
Ser zen é Ser Existência.

23.9.07

"Se tudo demora a acontecer, se nada dá certo, deve haver uma razão. Espere. Paciência. Conte a respiração, sinta o sangue subindo na veia. Fluxo, coração, açúcar no pão. Basta se sentar e se preparar para saber o que está escondido. Esconde de lá e traz para cá, mas está sempre em todo lugar."

(M. Coen Sensei
em seu livro Viva Zen)

Momentos XV

"Quando encontramos um obstáculo nos relacionamentos, devemos penetrar seu sentido e não nos afastarmos. Cada obstáculo é um portal de crescimento, amadurecimento e aprofundamento na prática."

22.9.07

Momento de Lucidez...

"O exílio, de alguma forma, serviu-me de ajuda. Quando, em determinado momento de nossas vidas, passamos por uma tragédia de verdade – o que pode acontecer com todos nós – podemos reagir de duas maneiras diferentes. Evidentemente, uma delas é perdermos as esperanças ou nos entregarmos ao álcool, às drogas ou a uma tristeza interminável. A outra alternativa é o despertar de nós mesmos, é descobrir uma energia que estava escondida e passar a agir com mais lucidez e mais força."
(Dalai Lama, O Livro de Dias)

No Dharma

Vê que a vida é uma grande ponte,
não constrói nela tua casa...
atravessa somente

(Pensamento budista)

20.9.07

Sábio Momento II...

Bem farias em te examinares e refletires sobre a ti mesmo.

(Sakyamuni).

Impermanência

Em nossas vidas há momentos de alegria e de sofrimento. Se conseguirmos entender que sempre haverá bons e maus, poderemos gradualmente não esperar somente bons momentos, e nem a detestar os maus.

(Daisaku Ikeda)

...

Existe uma única estrada e somente uma, e essa é a estrada que eu amo. Eu a escolhi. Quando trilho nessa estrada as esperanças brotam, e, o sorriso se abre em meu rosto. Dessa estrada nunca, jamais fugirei.
(Daisaku Ikeda).

E o momento a dois...


Um marido e sua esposa são tão íntimos como um corpo e sua sombra, as flores e seus frutos, ou as raízes e suas folhas em cada existência da vida. Os insetos comem as árvores em que vivem, e os peixes bebem da água em que nadam. Se a grama murcha, as orquídeas sofrem, e se os pinheiros prosperam, os carvalhos exultam. Mesmo as arvores e as gramas estão intimamente relacionadas. (Nitiren Daishonin)

18.9.07

Passageiro...

"Relaxe, sorria. Tudo é passageiro. Aprenda a estar presente no instante e a agir da maneira correta a transformar o que não for de seu agrado. Lembre-se: apenas reagir não transforma."
Monja Coen

17.9.07

Eu andava brigada com a mulher dentro de mim. Mesmo assim continuava firme pensando que na próxima vida quero vir mulher de novo. Mas não entendia essa minha contradição entre estar brigada com a mulher dentro de mim e teimar em voltar mulher. Agora eu acho que entendi.

Eu amo ser mulher! Ser mulher tem uma coisa de uma subjetividade inquieta, profunda, inconsciente vivo transbordando, uma busca constante pelo entendimento, pela afetividade, pela comunicação, por tornar a vida bela, perfeita.

Geralmente uma mulher chega num ambiente e se for tornar aquele seu lar traz uma plantinha pra dentro, pinta a parede, pendura algo na parede, coloca cortina e muda os móveis de lugar. Nos relacionamentos está preocupada com a relação, não se contenta com pouco, precisa conversar, chorar, ter a certeza que é amada. Se tem um cachorro, trata ele como um filho, que ama, ama e ama. Tem a sorte de ser mãe e experimentar o sentimento de amor mais belo do mundo, mesmo que todo o trabalho do mundo venha no pacote também. Quando olha em volta, percebe os detalhes, observa. E existe uma tal cumplicidade maravilhosa entre as amigas, para poder falar, desabafar, ajudar e ser ajudada, dançar, inventar e tricotar.

Acho que cansei é daquela mulher dentro de mim que tem um lado yang, batalhador, mil coisas ao mesmo tempo e ainda "não tô cansada". Ai, cansei. Quero colo.

Momentos XIV

Tem tanta coisa aqui dentro de mim que eu não sei por onde começar. Ele diz que eu não sei priorizar. A minha matemática é ligeira, somo 1 mais 1 e dá 4. E eu tenho certeza que tá certo. E tá mesmo. Eu sinto necessidade de silenciar. E silencio e escuto o meu barulho. Meu barulho sou eu e não sou eu. E depois o que sobra? Sobra a Vida, a Paz, a Serenidade e algo muito muito maior do que eu e do que ainda conheço. Gosto deste desafio. E o meu silêncio me faz me escutar e estar do meu lado, cuidando de mim. Há momento para tudo, é só encontrar a hora certa. Ela sempre vem. O interessante é que neste movimento de identificação e de auto-conhecimento, mais eu mesma sou e aos poucos menos deixo de ser, ao mesmo tempo que existo. Insano, mas lúcido.

Mais uma da Marina...

Vontade de nada


Vontade de não ser o que tu quer que eu seja,
aquilo que esperam de mim
e de toda boa moça.

Vontade de não ser
e não doer
não ter culpas infundadas
e medo da perda.

Vontade de não ser
e virar ausência
ar, pó, alimento de formigas.

Vontade de nada.

(Marina Speranza)

Mulher-gata

Sou leve, sou livre, valorizo a felicidade.
Vou pra rua, sinto a vida,
E a beleza pelos ares.
Mas se tenho uma mania
É gostar de um cafuné.
Faço manha, me enrosco,
Meio gata, meio mulher.
Marina Speranza

Cerimônia do Chá

Ainda ontem
Convidei um amigo
Para ficar em silêncio comigo
Ele veio meio a esmo
praticamente não disse nada
e ficou por isso mesmo
(Paulo Leminski)

16.9.07

Inebriantes na Dança do Amor


Minha mente é só desejo:

Minha boca clama pelo teu beijo,

Meu corpo pulsa pelo teu toque,

Meu ser estremece pelo teu olhar.


Eu sou, inteiramente,

lua,

nua,

tua.


Desejo acima de desejo

Corpo sustentando corpo

Alma comportando alma.


Tu

infinitamente no meu

íntimo...


Nós dois

Inebriantes

Na dança do amor

A tocar

A sentir

A gozar

Na explosão do depois...


Ana Pozza

Momento XIII

PROFISSÃO: MULHER

Do lar?!?
Só se for dinheiro
Recheando a minha carteira!
Eu sou mulher!
Mulher por inteiro.
Mulher inteira.
Prefiro ser Louca,
Des-vai-ra-da
A ser Amélia
Mulher escravizada!
Ana Pozza

Momento Gostoso

GOSTOSO

Gosto de pensar.
Gosto de pensar em ti.
Gosto do gosto de pensar.
Gosto do gosto de pensar em ti.
Gosto do gosto gostoso de ti.
Gosto gostoso de ti.
Gosto de ti, gostoso.

Ana Pozza

15.9.07

Para ser feliz...


Para ser feliz, você não precisa de grandes conquistas materiais.

Você já tem o pôr-do-sol, as estrelas,os pássaros, o sorriso dos seus amigos irmãos.

Agradeça a Deus, pois você tem tua vida.

Tem o dia que está começando,sua força e determinação.

Com todos esses presentes da vida,

o resto você constrói.
(autor desconhecido)

Silêncio

E às vezes calo. Mas calo não como quando a alma se faz silêncio, e rio, e transborda; calo como a árvore que se curva ante a inevitabilidade do inverno, como as cores estéreis do deserto, como uma pobre criança abandonada.


Calo no silêncio oco das palavras que não valem à pena serem ditas. No silêncio estúpido e bestial que permeia o burburinho da multidão. Calo no silêncio inútil do cansaço, na impotência do fracasso, na raiva calada e doída da derrota repetida.


Às vezes calo num silêncio feio, deforme, aleijado; silêncio que não é beleza nem contemplação, mas ausência. Calo porque a luz não existe, e os ecos fecundos se apagam. Calo ante a verdade inegável da fraqueza de minhas pernas, de meus dedos enregelados, ferrenho silêncio concreto e sólido.


Nesse silêncio inerte e duro, não há esperança possível. Não há amanhã ou ontem, nem vislumbre do caminho. Quando me calo nesse silêncio frio, metálico, diamantino, imutável, desesperado, as palavras são vãs. Já não há versos, nem poesia; a beleza e a fé fenecem, segadas pela lâmina impiedosa e imisericorde de um silêncio morto.


Às vezes me calo, e tudo se aquieta, em espera. Silêncio, silêncio. Ausência de coisa nenhuma.
Vida suspensa. Silêncio, silêncio. Nada há. Um segundo pairando, imortalizado na eternidade.
Silêncio, silêncio. Não tempo, não existência, não esperança. Nada há. Silêncio.

Às vezes me calo, e sinto frio na alma.

13.9.07

Sábio Momento...

Um velho índio descreveu certa vez um de seus conflitos internos:
"Dentro de mim existem dois tigres,
um deles é cruel e mau,
o outro é muito bom e dócil.
Os dois estão sempre brigando..."
Quando então lhe perguntaram qual dos tigres ganharia a briga,
o sábio índio parou a refletir e respondeu:
"Aquele que eu alimentar".
(Autor Desconhecido)